"A Nox criou uma referência de som no Recife. Antes, ninguém tocava progressive house nas boates daqui, que é um tipo de música mais alegre. A Nox criou essa tendência, seguida por muitas festas de música eletrônica", diz o DJ Leo B, um dos sócios da casa. Nas redes sociais da internet o lamento é geral. "Vi comunidades do Orkut tentando fazer vaquinhas para manter a Nox, ‘bora cada um dar R$50’, coisas do tipo", conta o outro sócio, Rodrigo Furtado.
A decisão de fechar as portas, porém, é definitiva. Seguindo o ciclo cruel de vida curta das casas noturnas, os donos da Nox viram a média de público de mil pessoas por noite cair pela metade em meados do ano passado. "No começo deste ano vimos que ia ser financeiramente impossível continuar", diz Rodrigo. Todos os 35 funcionários fixos da casa vão ser demitidos. A partir de setembro a casa vai abrir pontualmente para a realização de shows e festas. "Mas sem ter o custo mensal de uma boate. É uma estratégia até decidirmos o que vai ser feito com a casa", explica Rodrigo, que não pensa em vender o terreno.
Confira abaixo o comunicado oficial sobre o fechamento da Nox
"O que fazer com um sonho? O futurismo, um dia tornou-se pós-futurismo, e acabou num museu. O circo cumpre sua estadia e muda de cidade. Foram quatro anos com nossa nave pousada e enferrujando numa das avenidas mais movimentadas da cidade. Fizemos nosso contato, plantamos nossa semente geneticamente modificada, e atravessamos os dias. O resultado final é incalculável. Está dentro de cada um que pisou lá em algum momento, dissipa-se com os universos que se expandem. As coisas não voltam, mas tão pouco deixam de continuar seguindo.
Fecharemos, essa é a notícia. Agosto é o nosso ultimo mês de operação. Nele só abriremos quatro noites, uma vez por semana. Queremos que sejam noites especiais, que remetam a algumas das boas emoções já vividas na casa, mas que também valham por si. Queremos fazer uma ponte sem nostalgia, porque divertir é evadir.
Gostaríamos de agradecer a todos, principalmente aos funcionários, cujo amor pela casa não foi menor do que o dos proprietários. Queremos agradecer a todos que em algum momento sentiram fazer parte, porque hierarquias nunca inspiraram nossa utopia.
Deveremos disponibilizar nossa casa para eventos pontuais, antes de um fim mais último.
Foi um grande prazer viver tudo isso, materializar essa ilusão. Mas é hora de partir e com todo o coração agradecer."
Por Carolina Santos, do Diario de Pernambuco
by Adry
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