A                moçada briga, chuta a porta,
bate boca com os pais e grita sem motivo?
Tudo bem. A culpa é do cérebro deles,
que ainda está em fase de formação
bate boca com os pais e grita sem motivo?
Tudo bem. A culpa é do cérebro deles,
que ainda está em fase de formação
       Sempre                se pensou que a culpa era do vulcão de hormônios colocado                em ebulição pelo processo de crescimento. Ou da angústia                existencial própria de uma época de transição.                Há agora uma nova explicação: o que se passa                na cabeça dos adolescentes é, por assim dizer, conseqüência                do que se passa na cabeça deles. A garotada nem se ajustou                direito às mudanças causadas em seu corpo pela puberdade                e o cérebro também começa a mudar. Até                pouco tempo atrás, acreditava-se que ao chegar à adolescência                o cérebro já estivesse completamente formado. 
         Pesquisas                recentes revelam que, ao contrário, nessa fase se inicia                um processo de rearranjo dos neurônios tão intenso                como aquele que aconteceu nos primeiros anos da infância.                As áreas onde ocorrem as maiores transformações                são justamente aquelas ligadas às emoções,                ao discernimento e ao autocontrole. Essa é uma boa explicação                científica para o comportamento tão impulsivo e temperamental                dos teens. "Algumas áreas da estrutura cerebral só                vão estar inteiramente maduras depois dos 20 anos", diz o                psiquiatra Fábio Barbirato, da Santa Casa do Rio de Janeiro.| 
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         Durante                a adolescência, dois fenômenos acontecem no cérebro.                Assim como nos bebês de 1 ano e meio, pipocam novas conexões                entre os neurônios (as sinapses). Algumas áreas passam                por grandes mudanças estruturais. A mais significativa acontece                nos lobos frontais, área responsável pelo autocontrole                e pelo senso de organização e de planejamento. Lá                ocorre uma espécie de faxina nas sinapses feitas entre os                neurônios durante toda a infância.    
      No decorrer do processo,                a região dá uma encolhida, num fenômeno conhecido                entre os especialistas como "poda". "É como se o cérebro                sentisse, por volta da puberdade, que as velhas conexões                são inúteis e que há necessidade de abrir espaço                para outras, muito mais importantes, a ser feitas na idade adulta",                explica o psiquiatra Jorge Alberto da Costa e Silva, da Universidade                do Estado do Rio de Janeiro. Outras partes do cérebro estão                a mil. Uma delas é o sistema límbico, centro de processamento                das emoções, como a raiva, que trabalha de forma exuberante.                No adulto, essa área funciona de forma mais comedida.
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          A                imaturidade de certas áreas talvez explique por que as regiões                do cérebro usadas pelos adolescentes são diferentes                das utilizadas pelos adultos para as mesmas tarefas. Não                se conhece muito bem o mecanismo, mas estudos mostram que os jovens                podem interpretar certas coisas diversamente dos adultos –                uma expressão facial de medo pode ser confundida com escárnio,                por exemplo. 
       Na adolescência, o cérebro desenvolve                a capacidade de planejar, organizar, controlar as emoções,                entender os outros, fazer julgamentos e até decifrar a lógica                matemática. A parte boa é que a cabeça está                completamente aberta a novos conhecimentos. Quem tirar proveito                disso terá um cérebro mais esperto quando for adulto.
 
 
   


 
 

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